"Rafa" homenageado no Clube do Leme


O Rafa foi homenageado pelo Clube do Leme 

e também pelo presidente honorário do clube, o capitão dos Portos do Estado de São Paulo, 
na maior reunião já promovida por aquele clube desde sua fundação
Foto publicada com a matéria

"Comecei em 1947, mas fui efetivado a 1º de dezembro de 1948. Meu primeiro trabalho foi pegar um barco a remo e ir até a proa do Itanagé, logo na proa onde tinha medo da hélice do navio, e pegar o cabo. Lembro que tinha de pegar o cabo e dar a mão, e foi o que fiz, só que a mão era a do cabo, não a minha, de forma que toda a operação teve de ser refeita. Naquele tempo, inclusive, nem existiam os cabeços de amarração, era usado o arganel, tínhamos que fazer uma laçada no cabo e passar um pedaço de madeira para travar o nó.

Assim comecei na praticagem, e ali só não fui prático, pois amarrei navio, fiz limpeza, atuei na fonia etc. Várias vezes, durante ataques de piratas aos navios na barra, socorri pela fonia, chamando a Polícia Marítima ao receber o pedido pelo radiocomunicador dos navios.

"Lembro que, naquela época, a Praticagem de Santos estava situada ainda na Praça da República, 4, onde o pai do Ney Garcia Sotello tinha o bar Paratodos, onde a gente tomava café".

São algumas das histórias reunidas em 42 anos de trabalho na Praticagem de Santos por Raphael Gonzales Atencio, que se aposentou recentemente como funcionário burocrático da Cooperativa dos Práticos santista e foi homenageado pela comunidade santista, através do Clube do Leme, por sua dedicação ao trabalho, que lhe granjeou grande estima no setor.

Melhor prova disso foi o total de 220 participantes, recorde na história do Clube do Leme, mesmo em jantares onde os profissionais do setor foram acompanhados de esposas. O encontro foi promovido em dependências do Clube Sírio-Libanês e, além do Rafa, participaram também - sendo igualmente homenageados - seus familiares.

"Não acredito que ninguém da comunidade marítima tenha algum ressentimento com o Rafa, creio que por vezes ele até colocou seu emprego e sua família em risco para atender às necessidades da navegação", citou o presidente do Clube do Leme, Jaime Gonçalves Jr., ao lhe entregar uma placa de homenagem, juntamente com o presidente de honra da entidade, o capitão dos portos do Estado de São Paulo, Sérgio Werneck. Um presente muito apreciado pelo homenageado, conseguido como surpresa pelo clube, foi uma camisa nº 10 do São Paulo Futebol Clube. Também a esposa dele recebeu um buquê de flores da esposa do capitão dos portos. E Rafa passou a ser considerado convidado vitalício das reuniões do clube.

Agradecendo, o homenageado lembrou ser com orgulho que se desligava da Praticagem após 40 anos de atividades, recordou passagens de seu trabalho, iniciado no quadro de amarradores de navios do porto santista, e agradeceu a homenagem. Ao final da reunião, houve ainda uma demonstração de canto por Afonso da Costa Figo.


Liderada por Wilson Capela (C), a diretoria do Clube do Leme eleita em 27/6/1991
na reunião-jantar promovida no salão nobre da Igreja Luterana de Santos
Foto publicada em Marinha Mercante/OESP em 9/7/1991


Diretores do clube entregaram ao capitão dos Portos do Estado de São Paulo, Sérgio Ribeiro de Vasconcellos, placa de homenagem pelo término de sua comissão em Santos, em 20/3/1986
Foto publicada em Marinha Mercante/OESP em 25/3/1986


Grande número de associados participou da reunião-jantar realizada em 20/3/1986 nas antigas dependências do Clube XV no final da Avenida Washington Luiz
Foto publicada em Marinha Mercante/OESP em 25/3/1986